... a sensação que me cerca é que nada, absolutamente nada, se moveu, foi fazer o mundo, cresceu, se modificou. A sensação que não me deixa por nada é que eu perdi o tempo, o tino, a vida, o caminho, a história, o timming. A sensação que me corrói é que fingi que não era eu, que não era comigo, que tudo estava certo, bem colocado, bem discriminado. A sensação que me mata é que tudo ainda é como antes, que fiz uma peça teatral sobre a minha vida... e nada é o que deveria ser.
Verso Íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Um comentário:
Augusto dos Anjos é simplesmente fantástico! Tenho aqui duas edições do "EU"!
Seu único livro. Fundamental!
Bjooooooo!!!
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