Delirio Niilista

Murphy me odeia. Odeia sim. Com todas as forças. Deve rir da minha cara de tacho. Na verdade, deve dar gargalhadas.

Tô meio de saco cheio de estar sempre do lado errado, de estar sempre 5 minutos atrasada. Sim, eu repito, eu acredito, eu aceito que tudo tem a sua hora, seu momento, seu destino e mais o caralho a quatro que você quiser dizer. Mas também estou de saco cheio, muito cheio, esgotada. De não rir por último, de ter que deixar pra depois, de ter insônia e de ficar perguntando mentalmente "como assim, porra?". Mentalmente porque oralmente não teria resposta mesmo. Cansaço quase que mortal. Vontade de desistir de tudo, largar tudo e ficar assistindo de camarote, como se não fosse comigo. No sábado eu quase fiz isso. Cheguei bem na beira do abismo e quase liguei o FODA-SE na potência máxima. E onde tiver sol é pra lá que eu vou! Mas eu sou muito correta, muito crente. Na verdade, muito medrosa. Tudo veio da porra do meu medo.

 

E, mais uma vez, tomei na cara. E fiquei, mais uma vez, pensando o que eu fiz de tão ruim pra felicidade bater sempre na porta ao lado, eu estar sempre com um quase no meio da frase, no meio da minha vida. E, mais uma vez, fica pra depois.