Tem um monte de coisas que não entendo.

E eu sei que algumas, simplesmente, eu nem deveria me importar em não entender. Porque o mundo segue o seu rumo e nada se pode fazer contra isso.

Só que eu sou questionadora.

E não, eu não gosto de alguns rumos estranhos que certas coisas tomam.

A vida é complicada, eu sei. Tudo é um grande jogo, eu sei. A gente não ganha sempre, eu também sei disso.

Mas, porra, será que eu poderia ter céu azul, sol brilhando e temperatura amena por algum tempo? Sem tantas emoções, sem tantas situações que pedem medidas drásticas?

As pessoas não são boazinhas, eu sei. A gente tem que engolir alguns sapos, eu sei. Quem paga, é quem manda. Eu sei disso também. E tudo é uma grande representação, repetição.

E eu deveria prestar mais atenção ao que meu Lado B sussurra - porque foi esse lado que amadureceu mais rápido - sim, ele guarda muito bem as porradas que toma.

Mas não dá pra entender mesmo - mas juro que eu queria fazê-lo - porque há pessoas que transformam toda a vida em uma grande peça teatral. Que mentem, que fingem o que não são, que se divertem puxando o tapete alheio. Eu vejo, eu escuto, eu acompanho. Porém, realmente, eu não entendo. Acho que é por ser tão diferente do que tento ser.

Se eu não gosto de alguém, não fico mostrando os dentes. Não fico perguntando "como vai a família"? Não me preocupo em saber como foi o final de semana dessa pessoa. Digo bom dia/ boa tarde/ boa noite, porque é educação, porque devemos ser assim. Isso é (con)viver em sociedade.

Mas fingir que sou amiguinha? Fingir que você é quem eu quero sempre ao meu lado? Não, obrigada. Eu não tenho estômago para isso não.