segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio

Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já

Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você



Queria coisas simples, 
Daquelas que deciframos só ao olhar.
Por vezes.
Só para fingir que não sou eu, 
Que sou aquela que sorri só por sorrir.
Por vezes.
Fazer com que o dia fosse
Simplesmente o dia.
Por vezes.
Que as palavras fossem
Somente palavras.
Por vezes.
Que a tristeza se fosse
Para que o sol me aquecesse
Por vezes.
Ai, como me é difícil
Ser quem sou e ver-me como vejo
Por vezes.











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