segunda-feira, 14 de março de 2011

Daí que você pensa que mudou. Porque, afinal, você é uma pessoa adulta, que faz escolhas adultas, que se veste como adulta, que trabalha como adulta para pagar as suas contas.

E você pensa que amadureceu. Que nada mais é como antigamente. Que você pode olhar para trás e rir das suas inocências e burrices, empinar o queixo e dizer com a voz dura, superior, adulta: Nunca mais.

E sim, você tem absoluta certeza que as coisas estão bem, que a sua vida está no curso certo, que as suas contas, finalmente, vão fechar no azul, que a maré está para peixe....

E você, de repente, tem vontade de chorar. Desesperadamente, parada num sinal vermelho, no volante do carro, entre a hora do almoço e a hora de voltar para o seu emprego de adulta, você tem uma vontade desesperadora de chorar. Exatamente igual a quando você tinha 14 anos e se deu conta de que aquele cara pelo qual você era apaixonadérrima nunca olharia para você ou daquela vez que você se deu conta de que a sua vida estava dentro de uma redoma de vidro, que tudo a sua volta era uma droga e nada que você fizesse poderia mudar as coisas, visto que você só tinha 14 anos e nem sabia pegar um ônibus sozinha ainda.

E o choro vem com a mesma intensidade, o desespero te domina da mesma forma. E mesmo que você seja adulta para o mundo, mesmo que as suas escolhas reflitam um bom senso invejável, você continua com a mesma sensação de quase 20 anos atrás: 

O que eu estou fazendo com a porra da minha vida?

2 comentários:

L.S. Alves disse...

Às vezes, nem sempre mesmo, eu gostaria de ter essa resposta. No momento estou perdido, só não choro como aos 14 porquê nunca fui de chorar.
Um abraço moça e se um dia você encontrar a resposta manda ela pra mim.

Keylla Rocha. disse...

desesperador mesmo, é voce olhar que aos 14 anos, voce via mais sentido nas coisas do quê agora. =/
Mas viver é assim...


Delírio Niilista: falso sentimento de que o mundo, as outras pessoas ou a própria pessoa não existem