quarta-feira, 13 de maio de 2009

13 de maio

A treze de maio na cova da Iria
No céu aparece a Virgem Maria
Ave, ave, ave, Maria!
Ave, ave,ave, Maria!
E você dizia que quando você partisse a gente sentiria falta.
E dizia tantas coisas, muitas coisas,
Sobre ser importante a família
E ser importante amar aos demais.
Mas sempre repetia
Que tínhamos que abrir o olho,
Que ninguém é tão bom assim,
Que não podemos ser tão bobos.
Mas a gente meio que não escutava
É que na verdade a gente pensava
Que não existiria o "nunca mais".
Sempre pensávamos que o amanhã
Só traria flores.
Que na semana seguinte ainda haveria tempo
E que aquela história do
"Quando eu não estiver mais aqui"
Não aconteceria jamais.
Mas não é que aconteceu?
E nada mais de mousse de chocolate,
De strognoff,
Ou aquele bolo de chocolate com a calda de açúcar
Que só você sabia fazer.
Nunca mais touca de crochê,
Ou xales,
Ou as tardes,
Risos
E o sotaque que ainda escuto tão presente.
Nada mais de corrida naquele corredor imenso,
De festas e almoços em família,
De infância no Vale do Ipê.
Porque tudo tem um fim.
E me parece que foi ontem, mesmo tendo sido há tanto tempo.
E hoje, realmente, você faz muita falta.
Porque há problemas que eu sei que você resolveria
Ou pelo menos os tornaria mais amenos.
Porém nem tudo é como a gente quer.
E hoje mesmo que não pareça
Me lembro do que você dizia.
Mesmo que eu não fale,
Mesmo que eu mantenha essa mania e me cale.
Saiba que muitas coisas realmente aprendi com você.


...aos tempos que não voltam mais...

Ai Mouraria
A velha Rua da Palma
Onde eu um dia
Deixei presa
A minha alma
Por ter passado
Mesmo ao meu lado
Certo fadista
De cor morena
Boca pequena
E olhar trocista
Ai Mouraria
Do homem
Do meu encanto
Que me mentia
Mas que eu
Adorava tanto
Amor que o vento
Como um lamento
Levou consigo
Mas que ainda agora
Ai a toda a hora
Trago comigo
Ai Mouraria
Dos rouxinóis
Nos beirais
Dos vestidos
Cor de rosa
Dos pregões tradicionais
Ai Mouraria
Das procissões a passar
Da Severa
Em voz saudosa
Na guitarra a soluçar

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